07/01/08

O Tigre e o Dragão

Hoje, acordei com este tema no meu espírito.
Diziam os homens-medicina das culturas ancestrais, que a complementação de duas pessoas tinha muito mais a ver com a complementação e colaboração dos seus animais-totem, do que propriamente pela possibilidade de conjugação de outras características. Parece distante da actual forma de escolhermos a nossa cara-metade? Se calhar, salvaguardando a distância espaço-temporal e demais programas comportamentais, não nos comportamos assim de forma tão diferente.
Poderia divagar sobre o método de selecção das associações matrimoniais, tipo família A com a B, o sistema de castas, de clãs, de religião, de raças, etc, etc. O método é extenso, complexo e, infelizmente, ainda profundamente enraízado no consciente colectivo. Mas não me apetece divagar. Pronto.
Apenas mencionei esta selecção porque reflecti sobre o meu próprio animal-totem: o Dragão. Ainda por cima um animal cuja força, poder e longevidade o torna, não só solitário, como naturalmente um líder.
Com uma energia eminentemente Yang, masculina, o Senhor Dragão não desce lá do céu "por dá cá aquela palha", e se por um lado sopra o movimento de criação e de energia, por outro não tem qualquer problema em manifestar os seus dons e liderança, deixando - algumas vezes - um cheiro de penugem chamuscada em quem descarada e incorrectamente lhe faz frente. E isso não torna as coisas fáceis para mim. Apesar do Senhor Dragão que me escolheu, pertencer ao elemento Madeira, o que torna as coisas um pouco mais suaves.
Durante muito tempo considerei, que arranjar um parceiro suficientemente forte para aplacar a energia do meu bicho, era uma aventura arrojada, e com poucas probabilidades de sucesso. Wrong! Necessitei de muito trabalho com o QiGong, com o Taoismo e com o Tantra para me aperceber do meu crasso erro de auto-avaliação.
Vejamos, por onde andou divagando o meu espírito durante a noite. Há 21 anos que tenho um Tigre Madeira a conviver comigo intensamente, em harmonia e com profundo respeito pela mestria de um e de outro. Como foi possível não ter considerado esta hipótese?
Que outros dois animais se poderiam, em igualdade, encontrar face a face? A pulsão de um é a pulsão do outro, em polaridades opostas, em potencial equilibrio e harmonia.
Falar do tigre e do dragão, é falar da energia pura, do fogo. É falar de Taoismo, de Tantra.
E no Taoismo, distinguem-se três regiões no corpo humano. A região postero-inferior da cabeça o occipital, também designado por "osso da almofada": “A almofada de Jade (Yu Chen) encontra-se na parte postero-inferior da cabeça. O chamado osso da almofada é o occipital (Chen-Ku)”. “O palácio do Ni-Huan (termo derivado do sânscrito Nirvana) encontra-se no cérebro, chamado também "mar da medula óssea" (Suei-Hai), e a origem das substâncias seminais”. “A região média é a coluna vertebral, considerada não como um eixo funcional e sim como um conducto, unindo as cavidades cerebrais com os centros genitais, terminando num ponto chamado de coluna celeste (Tienchu), situado na nuca no ponto de inserção capilar. Não deve ser confundido este ponto com o que na acupuntura tem o mesmo nome”. A região inferior compreende o campo de cinábrio (Tan-Tien), e nela se assenta a actividade genital representada pelos rins, o fogo do Tigre (Yang à esquerda), e o fogo do Dragão (Yin à direita).
Afinal, se calhar não foi o meu Dragão que desejou estar solitariamente instalado na vida, senão eu própria, por medo do cheiro a chamuscado!

2 comentários:

Anónimo disse...

:)
E eu gosto muito deste Dragão de Madeira.

Paula Rasteiro disse...

linda!!!!
mim também gosto muito dessa cabra
:o))