21/10/08

Silêncios

De quando em vez, o silêncio brota naturalmente em mim e na minha vida. Ou seja, fico mesmo caladinha. Por muito tempo. É como aquela semente preciosa (por só termos uma!) que deitamos na terra com cuidado, e ficamos a ver quando desponta. Sem respirar.
Por vezes o processo é rápido. Outras, muito lento. Tão lento que perco a noção do tempo. Essa semente foi lançada em profundidade, para se nutrir do sal da terra, das águas mais puras, do cristal mais límpido... Mas até lá chegar, ela passa por rochas, cascalho, barreiras intransponíveis. Assim parecem, na altura. Mas quando deixamos de querer controlar os processos, os tempos, os conteúdos, a forma, quando nos abandonamos verdadeiramente à nossa própria mestria, à mestria da própria vida, largamos tudo, largamo-nos! E... Bum! Uma micro-folhinha desponta, fresca e alegre, na nossa realidade mais tangível. Tudo se torna mais claro, mais nítido. Como esta bela luz de Outono! E depois vem a resposta do mundo e tudo cintila à nossa volta. Apenas para o nosso deleite! Como no último curso: belo reencontro de almas na alegria mais pura!